Celebrado no dia 1º de outubro, data reflete um panorama de redução no consumo de carne no país
O Dia Mundial do Vegetarianismo, celebrado em 1º de outubro, destaca um comportamento crescente no Brasil: a redução do consumo de carne. Mais do que uma tendência passageira, iniciativas como a “Segunda Sem Carne” e o aumento da procura por refeições veganas e vegetarianas revelam que muitos brasileiros estão adotando uma alimentação com menos proteína animal, motivada por questões de saúde, sustentabilidade e respeito aos animais.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), 46% dos brasileiros já afirmaram reduzir o consumo de carne ao menos uma vez por semana. Esse comportamento se expande para além dos vegetarianos e veganos, refletindo uma mudança mais ampla nos hábitos alimentares do país e criando oportunidades valiosas para bares e restaurantes que desejam se adaptar a essa realidade.
Segundo Ricardo Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), essa transformação é impulsionada por diversos fatores.
Os brasileiros têm optado por refeições vegetarianas ou veganas com frequência, seja pela busca de uma melhor qualidade de vida, por preocupações ambientais ou pelo respeito aos animais, afirma Laurino.
Com essa nova demanda, os empresários do setor de alimentação fora do lar estão encontrando formas de inovar seus cardápios e se destacarem no mercado.
Oferecer opções vegetarianas e veganas não apenas atrai novos clientes, como também fideliza os já existentes que buscam diversificar sua alimentação. Christian Marranghello, consultor internacional de Hospitalidade Vegana, explica que incluir esses pratos no cardápio é uma estratégia crucial para qualquer estabelecimento. “Não ter um cardápio inclusivo é ir contra a maré. É possível criar pratos vegetarianos e veganos com os ingredientes já disponíveis na cozinha, como grãos, legumes e verduras, sem grandes complicações operacionais”, enfatiza.
O restaurante Florestal, em Belo Horizonte (MG), comandado pela chef Bruna Martins, é um exemplo claro dessa tendência. Um chef desenvolve versões vegetarianas de pratos típicos brasileiros, combinando inovação e sabor.
Quero mostrar que a comida vegetariana pode ser inclusiva, atraindo tanto para quem não consome carne quanto para aqueles que desejam experimentar algo novo, comenta Bruna.
Seu trabalho reflete um movimento crescente de chefs que estão redefinindo a culinária vegetal no Brasil.
Para bares e restaurantes, a adaptação a esse novo cenário representa mais do que inclusão e inovação: é uma forma de acompanhar uma transformação global já presente na mesa dos brasileiros. Seja pela saúde, pelo meio ambiente ou por motivações éticas, a redução do consumo de carne se consolida como uma tendência forte no Brasil. Estabelecimentos que irão aproveitar essa demanda crescente, oferecendo opções vegetarianas e veganas de qualidade, certamente colherão os frutos desse novo comportamento alimentar.
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