A história da Cayena se mescla com a de três empreendedores obstinados em transformar ambição em realidade.
Os fundadores da Cayena, Pedro Carvalho, Raymond Shayo e Gabriel Sendacz, são as pessoas por trás da missão de simplificar o setor mais importante do planeta: o de alimentos.
A trajetória dos fundadores
O trio se conheceu em São Paulo durante a faculdade, no Insper, e a conexão foi imediata. Apesar de terem seguido carreiras de mercado, a fagulha do empreendedorismo sempre esteve presente nas suas conversas. Os três adoravam discutir modelos de negócios na mesa de jantar, paixão que preservaram dos tempos de Banco de Investimento e Private Equity.
Foram muitos jantares e incansáveis discussões em torno da pergunta: “Qual será o maior problema de hoje, que conseguimos imaginar, que será resolvido nos próximos 5 a 10 anos?”
Por filosofia, a preferência era pela dinâmica dos mercados B2B (business to business), que certamente são menos atrativos aos olhos do grande público, mas que são carentes de novas tecnologias e especialmente interessantes quando considerados ticket e perfil de recorrência.
Gabriel trouxe para mesa o olhar de quem passou anos analisando empresas B2B no Private Equity da Neo Investimentos.
Pedro uniu a sua experiência dos tempos de Investment Banking com a vivência no setor de restaurantes, proveniente de mais de uma década acompanhando os negócios da família, sócia da maior rede de delivery de comida japonesa de Salvador.
Raymond trouxe sua experiência nacional e internacional nos setores de Private Equity e Special Situations para o estruturar financeira e operacionalmente a startup desde os primeiros protótipos.
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A história da Cayena
O primeiro MVP levou o nome de Helena e foi resultado de um mergulho profundo na realidade do que é empreender no Brasil. O trio saiu dos escritórios na Faria Lima e passou a bater de porta em porta ouvindo restaurantes e fornecedores. As impressões haviam sido confirmadas e o plano estava traçado: construir o ecossistema B2B que impulsiona quem alimenta o país; um mercado de mais de R$180 bilhões ao ano no Brasil.
Procurando entender os dois lados que permeiam o negócio – cliente e fornecedor -, mapeando as dores do público para que a proposta de valor da sua solução seja adequada às necessidades de quem compra e de quem vende.
O grande truque aqui é a gente conseguir usar a tecnologia para fazer com que a proposta de valor para todos os clientes, uma vez que um novo cliente entra, aumente! Que é a definição do efeito de rede. Pedro Carvalho, Co-fundador da Cayena.
Não durou muito tempo, os planos já eram muito maiores do que as primeiras aspirações de negócio, Helena precisava evoluir e assim foi feito, junto com o primeiro escritório, o negócio ganhou um novo nome, Poupachef.
Ainda sem time e consumidos pelo tamanho e latência da oportunidade desafiada, o trio passou a fazer entregas nos seus próprios carros para dezenas de restaurantes da Grande São Paulo. O processo estava longe de ser escalável, mas era fundamental para criação de experiência e empatia sem igual por aqueles que movem o setor de Food Service no país.
Fruto de suor, planejamento e dedicação, cresceram, se adaptaram e atraíram investidores interessados em apoiar a causa. Anjos que investiram mais do que recursos, mas também tempo, experiência e credibilidade na missão.
Digitalização do mercado B2B
Não foi sempre, porém, que as coisas deram certo. Mal comemoraram a entrada dos investidores e logo enfrentaram a pandemia global que afetou intensamente o Food Service. Por um mês o chão tremeu, os números do setor despencaram e mais uma vez, foram desafiados. Mas foram construídos para o futuro e o futuro é digital.
Em mercados muito fragmentados a tendência é que os marketplaces acabem surgindo, é muito o caso de vários mercados aqui no Brasil, onde são dominados principalmente por empresas pequenas, médias ou até microempresas.
O ambiente está se moldando bastante para que surjam outros marketplaces B2B no futuro, comenta Pedro.
Na contramão das ondas de demissões, reforçaram o time, se aproximaram ainda mais dos parceiros e rapidamente e tiveram que se adaptar às novas circunstâncias e assim, superaram a crise. Foram forjados em momentos difíceis e foi na crise que reafirmaram a força da solução.
Passados mais de um ano do início da crise, multiplicaram o negócio em mais de 30 vezes, enquanto mantiveram a retenção de vendas acima de 100%!
A missão que já era grande, ficou maior e o propósito evoluiu assim como o posicionamento estratégico. “Impulsionar negócios que colocam a comida na mesa” se tornou o propósito que embasa a razão de existir, assim como a potência da pimenta Cayena, nome que foi assumido e com o qual a empresa se apresenta para o mundo: fortes, resilientes e audaciosos.
“Por aqui, repetimos que a sorte favorece os ousados e chegamos para trazer para o Food Service uma pitada de ousadia“.
Hoje, a Cayena é a maior plataforma de compra de insumos do Brasil, que conecta os clientes com os melhores fornecedores de alimentos do país. O propósito é “impulsionar negócios que colocam a comida na mesa”.
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